O mercado de marketplaces e logística no Brasil vive uma fase de transformação acelerada, impulsionada pela digitalização do comércio e pela busca incessante por eficiência. Com cerca de 80% das vendas online realizadas por meio de marketplaces. Esse domínio, no entanto, não se sustenta apenas pela presença online, mas pela capacidade de integração tecnológica que as plataformas oferecem aos sellers.
A automação passou a ser um diferencial competitivo e uma necessidade: lojistas com sistemas integrados conseguem monitorar estoque, ajustar preços, emitir notas fiscais e gerenciar frete em tempo real, o que se traduz em maior agilidade e controle operacional.
Os números confirmam o crescimento contínuo do e-commerce no país. Em 2023, o setor movimentou R$ 187,7 bilhões e a expectativa para 2024 é alcançar R$ 204,2 bilhões, com aproximadamente 414,9 milhões de pedidos ao longo do ano. Esse aumento de demanda pressiona ainda mais os operadores logísticos, principalmente em relação à chamada “última milha” — o trecho final da entrega até o consumidor.
Globalmente, esse processo representa cerca de 53% dos custos logísticos e no Brasil, o impacto nos resultados é ainda mais direto: entregas em até dois dias podem elevar a conversão em cerca de 35%, evidenciando como a logística influencia diretamente na decisão de compra.
Um movimento que ganha força dentro dessa evolução logística tem sido a adoção do modelo de micro-fulfillment. São instalações de pequenos centros de distribuição mais próximos aos centros urbanos, o que permite acelerar a entrega e reduzir custos com transporte. Esse modelo tem se mostrado promissor, com potencial para elevar as vendas em até 50% a 100%, especialmente em regiões densamente povoadas onde a agilidade de entrega é determinante para a experiência do consumidor.
A tecnologia deixou de ser suporte para se tornar protagonista e quem não se adaptar a essa nova realidade corre o risco de ficar para trás em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico. Nesse cenário, para marketplaces e sellers integrados, a eficiência na entrega transforma-se em vantagem competitiva: piores prazos significam perda de conversão e reputação, por outro lado, entrega rápida e confiável impulsionam as vendas, a fidelidade e a visibilidade na plataforma.
Para as empresas que desejam se destacar, o caminho passa por elevados investimentos em tecnologia (IA, automação, infraestrutura), parcerias logísticas (3PLs – third-party logistics e last mile) e desenho de malha otimizada — com foco em eficiência fiscal, velocidade e excelente experiência do cliente.
No cerne desse ecossistema, a busca por automação e inovação é constante. O uso de robôs AMR e AGV, inteligência artificial para previsão de demanda e roteirização e blockchain para rastreabilidade, estão entre as iniciativas que visam reduzir erros, acelerar processamento e aumentar precisão.
Somente o uso de AMR (Robô Móvel Autônomo) e AGV (veículos guiados automaticamente) podem aumentar a eficiência operacional em até 30%, reduzindo custos e otimizando o uso dos recursos humanos.
Os AMRs são robôs inteligentes que se movem de forma autônoma pelo ambiente usando sensores, câmeras e inteligência artificial. Conseguem navegar dinamicamente, desviar de obstáculos e adaptar rotas em tempo real. Por isso, são ideais para ambientes complexos, como centros de distribuição ou fábricas com layouts variáveis.
Já os AGVs são veículos que se movem por caminhos pré-definidos, como fitas magnéticas, trilhos ou sensores no chão. Menos flexíveis que os AMRs, são muito úteis em tarefas repetitivas e ambientes controlados. Normalmente são usados em linhas de produção ou transporte interno de materiais.
A modernização da cadeia logística até 2026 exigirá R$ 124 bilhões em investimentos privados no Brasil, com foco em digitalização, sustentabilidade e entregas ultrarrápidas.
Além dos grandes players, startups nacionais também vêm fortalecendo a malha de entregas. Essa integração entre grandes e pequenos operadores permite coberturas complementares, principalmente na última milha.
A construção de eficiência em logística e fulfillment para marketplaces brasileiros se dá por meio da combinação de estratégias: ampliação de centros regionais (incluindo micro‑fulfillment urbano), adoção de automação e IA, integração de frota aérea e terrestre, políticas agressivas de frete grátis e fortalecimento da rede de entregadores.
O resultado é uma cadeia acelerada: entregas mais rápidas geram maior conversão e fidelização, justificando os pesados investimentos em infraestrutura e tecnologia. No atual cenário competitivo, apenas quem conseguir oferecer entrega de qualidade a custos controlados estará bem-posicionado para dominar futuras fatias do comércio digital no Brasil.
O futuro da logística e do fulfillment para marketplaces no país nos próximos anos será marcado por uma combinação de tecnologia de ponta, regionalização das operações e novas formas de colaboração entre empresas. O avanço do e-commerce, que já representa cerca de 80% das vendas online via marketplaces no país, continuará sendo o grande motor da transformação logística.
A automação é outro pilar fundamental. Os próximos anos devem registrar um aumento exponencial na adoção de robôs autônomos, esteiras inteligentes, AGVs e sistemas de picking automatizado dentro dos centros logísticos. Além disso, ferramentas de inteligência artificial serão cada vez mais aplicadas para prever demanda com maior precisão, otimizar rotas, evitar rupturas de estoque e personalizar a entrega de acordo com o perfil do consumidor.
A integração entre sistemas de gestão de armazém (WMS) e plataformas de marketplace será cada vez mais sofisticada e em tempo real, permitindo um fluxo contínuo de dados que suporte a operação fim a fim.
A sustentabilidade também passará a ser um diferencial competitivo. A pressão por redução da pegada de carbono das operações logísticas deve acelerar a adoção de veículos elétricos, bicicletas de carga em áreas centrais e até o uso experimental de drones para entregas em localidades de difícil acesso. Além disso, espera-se um crescimento das parcerias com operadores logísticos especializados em soluções verdes e na reutilização de embalagens.
O futuro da logística para marketplaces no Brasil também deverá incorporar novas formas de colaboração. A tendência é que empresas compartilhem ativos e operações — como hubs, caminhões e redes de pontos de retirada — para reduzir custos e aumentar capilaridade. Modelos de fulfillment-as-a-service ganharão força, permitindo que pequenos e médios sellers acessem infraestrutura avançada sem altos investimentos próprios. Startups logísticas e operadores 3PL (third-party logistics) terão papel essencial como integradores dessa cadeia.
A hipercompetição entre marketplaces forçará a busca incessante por inovação. Quem conseguir unir velocidade, previsibilidade, baixo custo e boa experiência do consumidor terá vantagem decisiva. O cenário aponta para um setor cada vez mais tecnológico, dinâmico, colaborativo e centrado no cliente, com a eficiência logística sendo o motor das vendas no e-commerce brasileiro. A tendência é:
Infraestrutura robusta – ambientes físicos estratégicos (centros & cross‑dock) sustentam a escalabilidade.